Bambino A Roma: Ficção, de Chico Buarque
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SINOPSE
“Uma nova incursão ficcional de Chico Buarque por sua história familiar, desta vez na Roma de 1953-4.
Nesta cartografia da memória, alegrias e paúras da infância se misturam reavivando um cotidiano quase mágico: as ventas de Pio XII e uma valsa com Alida Valli, andanças de bicicleta e brincadeiras no parque, O cangaceiro no cine Rex e o suicídio de Vargas.
Vibrante água-forte de lugares e sonhos, traçada pelo ‘escritor atormentado’ numa língua de várias fontes: ‘Tu pensi que cachaça è acqua?/ Cachaça non è acqua, no'”.
(Maurício Santana Dias)“‘Como foi que a infância passou e nós não vimos’, observou o poeta Carlos Drummond de Andrade.
Na idade madura, Chico Buarque mira os tempos idos para narrar e curtir a infância em Roma, como se assistisse a um filme em que todos os personagens aparentam estar de passagem por lá.
‘No estrangeiro’, ressalta ele, ‘é tudo estranho.’
No passado, o bambino brasiliano largara mão da ideia de um diário, sugerido pela mãe.
Optava pelo esquecimento, que abriria espaço para a imaginação ficcional cobrir as lacunas da memória”.
(Silviano Santiago)Leque de impressões de uma infância vivida e imaginada, Bambino a Roma tem nas memórias de Chico Buarque a matéria-prima para sua ficção.
Via San Marino, 12.
No primeiro andar do prédio baixo e amarelo, o menino traça rotas no mapa-múndi que cobre a parede do quarto.
A náusea sentida durante a navegação do Brasil à Itália ficara para trás e as viagens cartográficas vão sendo deslocadas, em escala menor, para os percursos pelas ruas de uma cidade a ser descoberta.
Reminiscências diversas compõem esse trajeto: as primeiras manifestações do desejo; as partidas no gol a gol com Amadeo, o filho do quitandeiro; a escola e suas fugas; cartas, bilhetes e romance, toda uma escrita endereçada a Sandy L., sua paixão juvenil; a dor da apendicite.
Em sua bicicleta niquelada com pneus brancos, Chico Buarque faz o zigue-zague por Roma, solta às vezes a mão do guidom e ensaia um equilíbrio fino entre lembrança e imaginação.
Nesse passeio delicado, vislumbres da relação com o pai, a mãe e os irmãos somam-se às experiências formativas projetadas por um narrador às voltas com o passado.
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Bambino A Roma: Ficção, de Chico Buarque
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